A onda do Lulu é muito doida, parece mais um Tsunami de Poseidon. O tempo passa e ela não muda. O que muda são as gerações que a escutam.
A frase “nada do que foi será do jeito que já foi um dia” é muito cheia de significado e me lembra um filósofo, agora eu não me recordo o nome, que disse que as águas de um rio nunca são as mesmas. Será que foi um filósofo ou apenas um escritor? Sei lá! Mas, o que importa é o Lulu e o Netuno.
Vivemos o dia-a-dia afirmando que “tudo passa, tudo sempre passará.” Só não sabemos quando, mas um dia passa. A fé em algo superior nos faz acreditar que tudo é possível.
Sempre que escuto a melodia, penso: quem envelheceu: a melodia, Lulu ou eu? Será que Lulu estava no Mundo de Netuno quando escreveu a letra dessa música? Talvez, possivelmente.
Como “a vida vem em ondas”, porque “tudo que se vê não é igual ao que se viu a um segundo”, envelhecer significa ouvir, ver e sentir a vida de diversas formas. Envelhecer ocasiona marcas em tudo e em todos. As rugas das ondas vividas são eternas e ficam guardadas no fundo da alma. Assim, “não adianta fugir e nem mentir pra si mesmo”, se “há tanta vida lá fora” melhor identificar-se com a condição “real” e voltar-se para dentro desta onda. Afinal “tudo muda o tempo todo no mundo.” Mesmo com “tanta vida lá fora, aqui dentro”, você, eu, o mundo, nós morremos diariamente “como uma onda no mar”. Mas, a certeza da morte diária nunca é sentida como uma onda, mas como um tsunami de sentimentos que foram transcritas na letra desta canção.
Netuno ocasiona essas coisas, nos faz escrever de forma inspirada, mesmo que não sejamos capazes de explicar a sutileza do que está escrito nas entrelinhas do nosso próprio inconsciente. Pode ter um toque irreal, mas é poético.