Netuno , como regente do signo de Peixes, tendo a casa 12 como seu domicílio, é um planeta de caráter evasivo e Júpiter, como corregente, também é um planeta de aspirações e ideais, de recursos abstratos. Este território do mapa natal refere-se as coisas que estão ocultas na vida e, às vezes, indefinidas ou àquelas que temos pouquíssima percepção dos fatos reais. É considerada a casa das sombras incompletas, dos bastidores, do isolamento e da parcela da personalidade que o indivíduo não quer exibir, por ser de alguma forma considerada, por ele mesmo, marginalizada ou por confiná-la inconscientemente. O estado inconsciente pode dar auxílio para gerar os sucessos pessoais, como ajudar a enfrentar os possíveis fracassos.
Como afirma Dumón, "podemos nos prejudicar através de atos inconscientes, por ignorância, estupidez ou por simples masoquismo, e neste caso, o inimigo secreto é o próprio eu em ação". Neste território, há um certo comprometimento da percepção, onde a pessoa pode ser forçada ou se autoforçar a se submeter aos desejos dos outros. Representa a quantidade e a qualidade da liberdade de que o indivíduo goza e até que ponto ele irá "submergir a própria personalidade em sua subserviência aos outros." (Edwin Raphael, 1871)
A décima segunda área do mapa é uma casa de talentos artísticos; bibliotecas; laboratórios de fotografia; cenografia; meditação; atividades em locais reclusos que inibem a liberdade, como: monastérios, conventos, hospitais, presídios, asilos e outros. Além de locais reclusos, podemos nos envolver em situações com pessoas que nos inibem a liberdade de ir e vir, de alguma forma vamos nos sentir presos a um contexto que passa a nos pertencer por conta da vida daqueles que vivem conosco.
Na casa 12 guardamos um potencial autodestrutivo, as pressões mentais e a forma como o pensamento nos leva à vitimização e ao sofrimento diante de impedimentos, aprisionamentos e adoecimentos. No mapa, retrata o ambiente em que somos desafiado à exploração das profundezas do interior e tal medida precisa ser realizada na solidão e em silêncio, como se fosse um encontro do eu com os diversos "eus" de vidas passadas. Este mergulho na penumbra interior, se feito com o objetivo de evolução, nos ajuda a diferenciar a realidade da ilusão; o idealismo do escapismo; a riqueza da miséria e da própria indigência espiritual. Ao dissipar a neblina que não nos permite ter uma visão clara da vida, conseguimos nos auto-iluminar e recuperar a força interior para continuarmos a nossa missão que vai além das nossas necessidades e desejos pessoais.