Águia, “rainha das aves, encarnação, substituto ou mensageiro da mais alta divindade uraniana e do fogo celeste”, “simboliza a emoção brusca e violenta” - Dicionário de Símbolos, Chevalier e Gheerbrant.
Possivelmente, o símbolo sempre presente nos mais diversos mitos, representante da força divina, coragem e grandeza, as águias, além de seres espetaculares, são riquíssimas em significado e onipresentes no inconsciente das civilizações. Elas estão longe, lá em cima nos topos do mundo e pairam sobre nós. São rápidas como o raio de Zeus, decididas, caçadoras implacáveis e fulminantes. Dotadas de olhar inconfundível e de poderosa acuidade visual, enxergam longe com exatidão, de modo perspicaz e penetrante – a visão de Deus. São distantes do mundo abaixo de suas asas, da contingência terrena, atributo de Júpiter, Cristo, imperadores e impérios, xamãs e sacerdotes. A águia, ser bíblico e apocalíptico, representante dos estados espirituais superiores, é também símbolo da ressurreição e rejuvenescimento. Estão mais próximas da luz do Sol, energia do intelecto, da inteligência. É o ser que faz existir o mito da Fênix, expondo-se ao poder do fogo dos raios solares que incendeiam suas penas, obrigando-o a mergulhar profundo em águas puras para se recuperar.
A sombra da águia é extrema, de intenções inflexíveis e propósitos dilacerantes. Seus excessos de força e coragem são perigosos, destrutivos e maléficos. Ela é oculta, difícil de ser encontrada quando se esconde, mas nos acha facilmente.
As águias vivem isoladamente em casais e caçam sempre juntas.
Por Eduardo Henrique Vieira Mello